segunda-feira, 2 de março de 2015


Visitas de Estudo cá e lá: de Alcáçovas e Viana do Alentejo à Lisboa Ribeirinha


Terça-feira, 24 de fevereiro foi dia de visita de estudo a Lisboa: Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Padrão dos Descobrimentos e Lisboa Ribeirinha foram os destinos que os alunos dos 5.º e 6.º anos do AEVA, de Viana do Alentejo e de Alcáçovas, visitaram, acompanhados pelos/as professores/as de História e Geografia de Portugal e alguns diretores/as de turma.



Após visitarem os monumentos locais, em Alcáçovas, a Capela das Conchas e em Viana do Alentejo, a Igreja Matriz, que se caracterizam por possuírem elementos, vincadamente, marítimos e do estilo manuelino, as crianças e jovens puderam comparar os “seus” monumentos, com os monumentos da capital do império, verificar a situação ribeirinha de Lisboa, que favorecia a vocação marítima de Portugal, ilustrada pelo Padrão dos Descobrimentos e envolvente.










Portal manuelino da Igreja Matriz de Viana do Alentejo










 Capela das Conchas, Alcáçovas

A partir do local, pretende-se perspetivar a vocação marítima portuguesa, a importância que o mar assumiu na cultura portuguesa, quer ao nível antropológico, como na aceção do termo, enquanto erudição. É assim que, no interior alentejano, se verifica a junção de elementos marítimos com elementos da terra, que se assumem na metáfora "Açorda d'alho, com bacalhau", uma encarnação da dieta mediterrânica, que junta o pão ao mar. Como o mar influenciou a nossa cultura, como Portugal participou numa nova construção da visão do planeta, como os portugueses intervieram numa primeira globalização são as vertentes que poderão ser exploradas, a partir da leitura integral de obras. Comparar a escrita de portugueses e portuguesas com outros autores estrangeiros sobre o mesmo "Mar", alargará horizontes de escrita e horizontes interpretativos de realidades textuais e artísticas. Nessa perspetiva, procurou-se adaptar o projeto aos níveis de ensino, de acordo com as orientações curriculares, tendo em conta o público alvo, as suas características, assim como o meio envolvente. Metodologicamente, procurou-se partir do particular e local, para o geral e mundial. No fundo, o elo de ligação de todo o planeta é o mar, percorrido por aventureiros, qual pão que alimenta corpos, o mar alimenta a sede de conhecimento e a procura de novos horizontes. Assim funciona a leitura, como oceano de procura de novas paragens intelectuais e humanas.
O desenvolvimento do projeto permite a criação de um elo de ligação entre diversas disciplinas, permitindo um trabalho inter e transdiciplinar, projetando a escola na comunidade. A criação de laços escola/meio é fundamental para o sucesso académico e pessoal das crianças e jovens que, através do projeto, poderão, em tempos de grave crise económica, ver suprir algumas das assimetrias, com o apoio na realização de atividades, que, por serem mais onerosas do que os recursos familiares poderão suportar, terão acesso à construção do conhecimento, através do desenvolvimento das literacias, subjacentes à vocação marítima da cultura portuguesa. O projeto poderá abrir portas para o desenvolvimento de competências de leitura, de escrita, interpretativas, proporcionando-se a aplicação de conhecimentos noutras situações, convergindo para uma interpretação mais plausível do mundo: perspetivar o global, a partir do local, identificando elos de ligação.

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